quarta-feira, 6 de abril de 2011

Você precisa de um antídoto.


Cadê o isqueiro? Todo dia eu penso em parar de fumar. Mas aí vem o outro dia e chega com tudo, trazendo aquela vontade que agita a falsa calma. Onde está o fogo? Espera, tenho tantas palavras pra te falar. Entre a minha fuga e pressa de ficar só, existem tantos pensamentos. Vou acender o cigarro para facilitar as paradas necessárias entre uma frase e outra, que aqui chamo de pontos, pontinhos ou reticências. Sim, eu estou fazendo rodeios, rebolando os olhos pela sala. Sabe, você tem olhos confusos e tristes iguais aos meus. Isso me dói, com falta de ar. Você está me achando muito prolixa? Desculpe, não é culpa sua a minha disforia. Não tente me agradar com doces, afagos e educação. Você já me dá muito e eu não sou boa de retribuição, queria ser. Não, não estou indo embora, nem tão pouco enlouquecendo ou desistindo. Apenas quero te explicar o que não sei. São noites e dias difíceis, tanto que voltei a rezar (espero que haja algum santo ou entidade com boa audição). Passa prá cá um mentolado. Depois deixa passar meus impulsos sabotadores, minha falta de tato e atenção, não são propositais. Não deixa que eles te segurem sob um dia nublado. Não gosto de te ver perdido no meio dos meus comportamentos estranhos, da minha desorganização obsessiva. Por isso, muitas vezes, sugiro que corras para longe. Escuta, sinto-me contra-indicada, mais efeitos colaterais do que benéficos. Apagando o último cigarro, quero te dizer, de coração, que você precisa de um antídoto, para me tirar desses teus sonos intranqüilos. Queria te falar mais do que posso expressar. Mas não vou dizer, embora quisesse poder. Logo eu, que não gosto de enigmas.

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Josi Puchaslki.

Um comentário:

  1. Que legal, bom saber que vc gostou.

    Um beijão.

    Josi Puchalski

    http://eutimiaasavessas.blogspot.com/

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