quarta-feira, 28 de julho de 2010


"- Ele ousou ouvir algumas palavras doces que ela mantinha em silêncio.
- Ela foi além, experimentou ler o jogo de letras que ele costumava rascunhar entra a superfície de alguns papéis amassados.
- Ela disfarçou estar louca e tentou enganar a vontade desconsertada.
- Ele insistiu na insanidade, riu do disfarce e declarou-se a ela.
- Ela arriscou substituir o juízo pelo absurdo e o acompanhou até o outro lado. Não houve pedidos de espera, nem promissões. Ouvir a farsa de velhas promessas seria tolice.
- Ela jogou as normas para amanhã.
- Ele fingiu não ouvir os outros.
-- E, juntos, fugiram durante uma estação do ano.
-- Ele a ensinou respirar as horas sem ter que pensar nas consequências.
-- Ela apresentou a ele alguns sentimentos medidos. Os prazos não foram subestimados e as horas desaceleraram. Seus passos se desajustaram.O desejo consumiu algumas palavras e confundiu os sentimentos novatos.
- Ele apaixonou-se.
- Ela morreu de amor."
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(Ana Carolina

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